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PADRE ETERNO BAIXO

O registros fotográficos e históricos abaixo são de pertencimento do Museu Histórico Municipal Professor Laurindo Vier. Quando usados em documentos, trabalhos e outros assuntos de terceiros pede-se a menção da respectiva fonte. 

HISTÓRICO DE PADRE ETERNO BAIXO

A localidade de Padre Eterno Baixo atualmente faz divisa com os municípios de Igrejinha e Três Coroas e com as localidades de Pe. Eterno Ilges, ao sul e com Alto Pe. Eterno, ao norte. As duas localidades, aliás, faziam parte, no passado, do Pe. Eterno Baixo.

Para conhecer melhor a história da criação e desenvolvimento do Pe. Eterno, que se localizava ao norte do município de São Leopoldo. Durante o Período Imperial, quando os primeiros imigrantes chegaram a São Leopoldo, o Rio Grande do Sul esteve envolvido várias vezes em conflitos, guerras e revoltas internas. Durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845), os colonos alemães criaram grupos de apoio ao Imperador contra os farrapos, chamados de A Companhia Alemã.

O comandante do grupo era o brasileiro Chico Pedro - Barão de Jacuí. Como recompensa pelos serviços prestados, o Imperador presenteou os colonos com uma área de terras- a Fazenda Pe. Eterno, com duas e meia léguas de área, com 100 colónias, totalizando 100.000 braças.

Durante a Revolução Farroupilha, a imigração teve uma interrupção. Mas existiam ainda colonos das levas anteriores que não tinham recebido terras para morar e plantar.

Os filhos das levas anteriores enfrentaram dificuldades para conseguir um pedaço de terras onde pudessem se estabelecer, principalmente no Walachai e em Dois Irmãos. As terras que formavam o Pe. Eterno, do município de Santa Maria do Herval, eram a Linha Padre

Eterno antes do rio Cadeia, após o rio, rumo ao norte, ficavam as terras denominadas de Integrações.

Assim, foram anexadas ao Pe. Eterno, a Linha Padre Eterno, incluindo Pe. Eterno Ilges, Integrações e as terras particulares da Eulália Azevedo, formando o Grande Pe. Eterno. Essas informações foram registradas pelo professor Nicolaus I. Weber, em 1931, no Familien Freund.

A ORIGEM DO NOME

Antes da ocupação das terras pelos colonos alemães, já existiam luso-brasileiros morando de forma espalhada nas matas. Uma prova disso, é o cemitério particular no Pe. Eterno Ilges Segundo informações coletadas, são várias pessoas enterradas nesse local. Entre eles tinha uma pessoa bastante idosa, cujo nome era Inácio Coelho dos Santos, que rezava o terço, cantava, lia textos bíblicos, enterrava os mortos, batizava crianças. Era uma pessoa muito conhecida entre os moradores e foi apelidado de Padre Eterno.

Dessa forma, a região ficou conhecida de Padre Eterno e provavelmente o nome do Distrito do Padre Eterno foi baseado pelo município de São Leopoldo nesse fato. A existência dessa pessoa também pode ser justificada pelo fato de ele fazer a função religiosa, devido à falta de sacerdotes e religiosos desde o início da colonização portuguesa em nosso Estado.

O Distrito de Padre Eterno, no passado, englobava ou representava várias localidades do então município de São Leopoldo. O Dr. Hillebrand mencionava o Padre Eterno.

O POVOAMENTO

Segundo o professor Nicolau. I. Weber, os primeiros colonos alemães chegaram ao Padre Eterno a partir de 1855. Entre eles, estavam as famílias Fries, Dewes, Müller entre outros. Como a distância entre as picadas era grande, a falta de estradas e de comunicação, muitos colonos abandonaram os seus locais e foram para outros lugares onde a colonização era mais adiantada.

Por volta de 1883, chegou uma nova leva de colonos ao Pe. Eterno. A maioria deles veio do Walachai, Dois Irmãos, Morro Reuter e São José do Herval e foramm as seguintes famílias: Cristian Frank, Johann Brusius, Peter Vogel, Adam Hoff, Matias Marmitt, Peter Kräemer, Heinrich Kräemer, Peter Schein entre outros.

A primeira tarefa desses colonos era abrir e alargar as estradas pelo mato, por onde os produtos coloniais produzidos por eles pudessem ser escoados. As casas comerciais mais próximas naquela época eram a de Gothardo Fleck, do Kieling de São José do Herval e a mais completa era a Casa comercial Brusius no Schunk, entrada do Walachai.

A distância entre as casas e os primeiros moradores foi um grande empecilho para a formação de uma comunidade. A primeira tarefa foi cercar os cemitérios tanto católico como evangélico, entre os quais passava uma estrada pela qual os colonos passavam diariamente.O fato aconteceu no ano de 1887. Um ano mais tarde, a comunidade construiu sua escola provisória mantida por ela. O Pe. Amstadt esteve no Pe. Eterno quando fez o enterro de uma criança de Peter Kräemer. O prédio da escola era utilizado pelos colonos para celebrar suas missas e devoções dominicais.

A FORMAÇÃO DA COMUNIDADE RELIGIOSA

Como o prédio escolar servia para cerimônias religiosas, os padres jesuítas começaram a rezar a missa periodicamente até a construção da capela.

Foi no ano de 1899 que o Pe. Joseph Brehort rezou a primeira missa no prédio escolar e, assim, encorajaram os moradores a construir uma capela. Nesse ano, assumiu como professor, o Sr. Cristian Frank, ficou até 1904, seguido por Eugênio Jäger, de 1904 a 1912. Depois foi a vez de Johann Staub, que veio da Alemanha para o Pe. Eterno e lecionou de 1912 a 1916. Quando construiu um salão de baile, foi considerada uma grande época.Essa construção iniciou com Jorge Fröehlich e concluída por João Staub-professor. Ele mantinha um comércio e um salão de bailes. Depois foi comprado por Pedro Schuh, que o revendeu a Guilherme Vier e, por fim, vendido a Armindo Schneider.

A partir de 1910, foi necessária a construção de uma segunda escola do outro lado do rio Cadeia, nas terras denominadas de Integrações. A escola recebeu o nome de Pedro Canísius, o amigo dos estudantes.

Em 1910, é iniciada a obra e concluída em 1913. A capela foi inaugurada em 06 de julho de 1913, com a bênção das instalações pelo Pe. Tintan Barlocher, cuja padroeira escolhida foi a Santíssima Trindade.

Com a criação da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, a capela da Santíssima Trindade passou a fazer parte dela, tendo sido escolhido como primeiro fabriqueiro, o Sr. Jacob Schuh e a comunidade contava com 173 famílias, totalizando 960 pessoas.

Em 1956, a capela da Santíssima Trindade foi totalmente reformulada, aumentando-se o seu comprimento e a construção da torre de pedras, dando um novo e amplo espaço para os fiéis da capela.

Num passado recente, existiram três escolas municipais na localidade do Pe.Eterno Baixo. Lecionaram na escola paroquial, ao lado da capela, os professores Nicolau I. Weber, Alberto Dieter, Willy Schuh, Aloísio Mentz, José Kreuz, Alfredo Wingert, Laurindo Vier, Pedro Elmo Klaus. Muitos deles eram professores pelo município de São Leopoldo. Alé dos já citados, temos ainda: os professores Geraldo Schneider, Lauro Kieling, José Sílvio Kieling, Afonso Bohn e Cláudio Schneider.

Os professores Maria Dapper, Maurício Dapper, Urbano Dapper e Maria Frank lecionaram na Escola Pe. Manuel da Nóbrega. Com a nucleação das escolas, permaneceu funcionando a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maurício Cardoso. De 1964 a 1991, lecionou a professora Thereza Backes Zäehler. Hoje é uma escola municipal e possui vários professores, uma diretora, cerca de 80 alunos e funciona em dois turnos, até a 6ª série.

MOINHOS COLONIAIS E AGRICULTURA

O Pe. Eterno, no passado, era uma região passiva na fabricação do fumo em corda, que dava aos colonos uma receita familiar As famílias plantavam milho, arroz, feijão, centeio e batata.

Como o Pe. Eterno está localizado ao longo do rio Cadeia e seus afluentes, rumo à nascente desse rio. Os colonos aproveitavam as quedas d' água e construíam vários moinhos, que eram fundamentais eles. Os mais conhecidos moinhos eram de Gustavo Michaelsen, Olívio Molling, João Blume, Eugênio Brusius, Walter Dapper, o moinho Prass, a serraria Ebling entre outros.

SALÃO MOLLER

Salão Möller, onde se pode ainda perceber a habilidade dos ancestrais carpinteiros. Construído por Leopoldo Möller no início do século passado - 1920 - depois pertenceu a Alfredo, Lírio e Paulinho Möller, que desativou o velho salão de bailes e construiu um novo prédio para um minimercado.

A INDÚSTRIA CALÇADISTA

No passado, o povo tirava seu sustento da agricultura. Atualmente os jovens e adultos trabalham nas industrias calçadistas. uma minoria trabalha na lavoura tirando e completando o salário de fábrica e, assim, a família sobrevive, A agricultura é de subsistência familiar.

PADROEIRA SANTÍSSIMA TRINDADE

A Trindade ou Santíssima Trindade é a doutrina acolhida pela maioria das igrejas cristās que professa a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Para seus devotos e defensores, é um dos dogmas centrais da te cristā, é considerado um mistério.

Kerb do Pe. Eterno Baixo não tem data fixa, pois depende como cai a Páscoa de cada ano.

A Comunidade Católica Santíssima Trindade possui atualmente 320 associados ( 2010) e a atual diretoria é composta pelas seguintes pessoas:

Presidente: Ademir Wingert e esposa

Vice-Presidente: Lauri Edinger e esposa

Secretária: Morgana B. Martins e esposa

Tesoureiro: Milton Luis Schneider e esposa

Conselheiros: Valdir Wingert e esposa, Marcio Boufleur, Rogério Edinger, Maico Kuntzler, Mário Boufleur.

FONTE: LIVRO “ NO CORAÇÃO VERDE DA MATA VIRGEM- TEEWALD- SANTA MARIA DO HERVAL-RS”

 

 

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